Felicidade Líquida

Recentemente, uma onda de cervejas com pimenta está ateando fogo no meio cervejeiro. Não param de sair novas cervejas que usam esse ingrediente, que, na minha opinião, talvez possa ser comparado com o lúpulo. Explico: O amargor do lúpulo, geralmente, é ame ou odeie, assim como a ardência da pimenta. Ou você ama, ou você odeia. A primeira cerveja com pimenta que provei foi a Wäls Witte, uma witbier que leva pimenta da jamaica na sua fórmula. Isso foi em meados de 2012 e confesso que àquela época não gostei muito da pegada ardente. Hoje em dia, com o paladar mais apurado, me interesso bastante por cervejas com pimenta e outras especiarias. A Wäls Hot Petroleum juntou a potência de uma Imperial Stout à pimenta, e o resultado foi uma explosão de sabores e sensações. Quem já comeu chocolate com pimenta vai saber do que estou falando! Uma outra bela criação recente que leva pimenta é a Sankt Gallen Pepper Ale, uma deliciosa american blond ale que foi chopp sazon

Quem é do meio cervejeiro e está antenado nas tendências, sabe que o movimento “support your local beer” nos EUA é bem forte. Até mesmo por conta da dimensão continental daquele país, faz muito mais sentido beber cerveja fresca de produtores locais do que ficar tomando cervejas que chegam no seu Estado já com algumas das suas melhores características ( aroma, frescor do lúpulo) comprometidas. A Stone, cervejaria de Escondido, na Califórnia, leva isso a sério, ao ponto de fazer cerveja com data de validade no nome (link http://enjoyby.stonebrewing.com/). A Russian River faz a sua famosa Pliny the Younger e só a vende no próprio brew pub, em determinada época do ano e não engarrafa para a cerveja não perder qualidade. http://russianriverbrewing.com/brews/pliny-the-younger/ Aqui no Brasil, que também tem dimensões continentais, há alguns lugares em que a cultura de beber sua cerveja local parece que está dando liga. A Bodebrown, de Curitiba, todo sábado tem o seu Growler Day

Para falar de relação custo-benefício citada no post anterior, não podia deixar de fora a Therezópolis Jade. Já cheguei a encontrar essa cerveja por módicos R$ 6,90. Em se tratando de uma IPA, que leva uma carga extra de lúpulo- um ingrediente tido como caro- a Jade é imbatível no quesito custo-benefício de uma IPA. Desafio a alguém me mostrar uma IPA nacional ou até mesmo estrangeira, que custe menos de R$ 10,00 a garrafa de 500 ml. Como nem tudo são flores de lúpulo, já tomei algumas Therezópolis Jade em que o aroma ficava a desejar, mas também já tomei algumas (talvez mais frescas?) que me lembraram a Punk IPA, da Brew Dog, pelo delicioso aroma cítrico-floral. A pergunta que não quer calar é: como a Cervejaria Sankt Gallen consegue fazer uma IPA tão barata? IPA é, geralmente, um estilo mais caro dentro do portfólio das cervejarias, mas a Sankt Gallen conseguiu manter o preço dentro da média da linha Therezópolis. Esse post se baseia na média de preços dos supermercados aqui do

Depois de alguns anos enveredando pelo mundo de cerveja artesanal (ou especial, como queiram), resolvi abrir este espaço para expor opiniões, pensamentos e divagações sobre o precioso líquido, a cerveja. O nome Felicidade Líquida creio que seja autoexplicativo. Cerveja pra mim, é a Felicidade Líquida. Talvez a cerveja esteja presente nos melhores momentos da minha vida. Por causa da cerveja conhecemos pessoas, lugares e culturas que antes eram inimagináveis. O mundo da cerveja é um fascinante mundo de sabores, aromas e descobertas. O mais excitante é a jornada, a busca pela cerveja ideal para cada ocasião, a busca pelo melhor custo-benefício. Sim, custo-benefício. Neste blog vai ter muita coisa sobre custo benefício porque o que se vê por aí nos blogs é a velha máxima implícita de "quanto mais caro, melhor". Vou mostrar que nem sempre isso é verdade, tem muita cerveja boa, saborosa e barata. "Dinheiro não compra felicidade, mas compra cerveja, que é a mesma coisa"